Saturday, December 26, 2009

algumas coisas que aconteceram em 2009



Rosário 12

Tres cuerpos en escena

La bailarina rosarina Cecilia Colacrai emigró a Europa en búsqueda de nuevos horizontes. De regreso, presenta dos obras junto al coreógrafo brasileño Joao Costa Lima y Carmen Pereiro. "Nos interesa la investigación en las propuestas escénicas", dijo.

Por Edgardo Pérez Castillo


Formada en Rosario, hace poco menos de ocho años Cecilia Colacrai emigró a Europa en búsqueda de nuevos horizontes. Allí, la bailarina y coreógrafa continuó su aprendizaje en paralelo con la participación en distintos proyectos, como los realizados para el Teatro Nacional de Catalunya o la compañía francesa Emmanuel Grivet. Más tarde, se contactaría con el coreógrafo brasileño Joao Costa Lima, junto a quien creó la obra Azul como uma laranja, puesta que mañana a las 22 se presentará en el Centro de Expresiones Contemporáneas, en una jornada que incluirá además la puesta en escena de Come Closer, proyecto generado por Costa Lima junto a Carmen Pereiro.
Colacrai dialogó con Rosario/12 y profundizó en el proyecto "Articulaciones", ése en el que artistas de Argentina y Brasil confluyen para generar propuestas como las que mañana se presentarán en el espacio de Sargento Cabral y el río. "La idea de Articulaciones fue justamente este encuentro entre Carmen, Joao y yo. Venimos los tres de lugares diferentes, pero tenemos un punto de encuentro en el interés por la investigación en las propuestas escénicas y la investigación del movimiento".
"Lo que incluye Articulaciones son estos seminarios que estamos dando (uno más dirigido a la investigación más pura de movimiento a través de técnicas, y el otro que tiene más relación en la composición en el espacio) --profundizó--. Y presentamos dos obras, una de Joao y Carmen que de alguna manera es el sitio que ellos encontraron después del tiempo que han estudiado y trabajado juntos. De alguna manera es al sitio que llegaron después de esa formación. Y `Azul como uma laranja` es una pieza que creamos con Joao, que surge a partir de un seminario que tomamos de Joao Fiadeiro, que se llama `Composición en tiempo real`. Ese fue nuestro primer lugar de encuentro, y a partir de ahí detectamos un interés en común por esto que tiene que ver con la creación. Empezamos a investigar y entramos en un proceso de trabajo del que surge Azul...".
Ustedes confluyen en Europa, donde completaron su formación, ¿pero es posible hablar de aspectos de la danza que tengan que ver con lo latinoamericano?
Creo que de alguna manera quizás no es casualidad que nos hayamos encontrado. No sé si tanto en el hecho artístico sino también en la manera de abordar los trabajos. Todo este proyecto es autogestionado, y quizás en Europa esto todavía no funciona, o se maneja diferente. Creo que sí, que los tres cuerpos que estamos en escena y estamos en este proyecto, evidentemente tenemos una impresión, una marca, un sello de dónde venimos, y creo que también por éso surge la necesidad y las ganas de venir a compartir este proyecto en los lugares de donde somos.
Lógicamente después de haber estado tantos años en Europa, y de haberse nutrido con otra información, usted no es la misma artista que se fue de Rosario hace casi ocho años.
Claro, porque más allá de la experiencia profesional está la experiencia de vida, lo que tiene que ver con el tiempo de estar habitando en un lugar que no es del todo tuyo. Cómo ese cuerpo que está en escena es el mismo cuerpo que se tiene que adaptar a otra sociedad y a otra cultura. Es el mismo cuerpo pero atravesado por todas esas informaciones. De alguna manera creo que todo éso influye, está ahí. Lo último que yo estuve haciendo en Rosario fue con La Troupe , "Catedrales", y trabajé muchos años con Cristina Prates en el taller, y con Ana Varela, que fue mi profesora muchos años. Todos ésos fueron mis referentes antes de irme. Creo que lo que es interesante de poder estar en otros espacios, de poder intercambiar con otros creadores de otras culturas, es la apertura que te da. Creo que viajar y conocer otra gente, otras maneras, otros caminos, es lo que más reconozco en ésa apertura.



Caderno Viver, Diário de Pernambuco.
Por Tatiana Meira - Diário de Pernambuco (31/10/2009)

DANÇA COM O VIÉS POLÍTICO

"Um projeto inédito no Recife termina hoje, com conferência de Isabelle Launay, professora e co-diretora do Departamento de Dança da Universidade de Paris 8, na Aliança Francesa, no Derby, às 17h. Articulações - Corps en Temps representa novidade por ter proporcionado três semanas de experimentação continuada numa oficina para um grupo de 15 criadores em dança, com técnicas nunca antes ensinadas na cidade, como o método Feldenkrais. E por ter possibilitado a apresentação no Teatro Hermilo Borba Filho do espetáculo A vida enorme - Episóde 1, de Emmanuelle Huynh, trabalho desenvolvido no Centro Nacional de Dança Contemporânea de Angers, na França, um dos pontos de vanguarda na formação e criação em dança na Europa.

A visão de fronteiras ampliadas ou borradas entre as artes integra a filosofia do Centro de Angers, onde o coordenador do Articulações, o pernambucano João Costa Lima, estudou por um ano, dos cinco em que vive na Europa. "Queria trazer esta experiência para cá, encarando a performance da dança a questões estéticas e políticas, levando em conta os pilares da experimentação, criação e formação", aponta João Lima, que ministrou o módulo de Observatório cenográfico, ao lado do artista plástico e cenógrafo francês Johann Maheut.

Elementos como espaço e sensorialidade e as relações entre o bailarino e ele mesmo, o outro e os outros foram alguns dos pontos explorados durante a oficina, que ocorreu no Espaço da Compassos, no Bairro do Recife e deixa como uma de suas sementes um blog, que continuará ativo ao término do curso (www.articulacoesblog.blogspot.com). "Fizemos exercícios simples, como o de composição com objetos como mesa, cadeira e lâmpada. Quando o bailarino se coloca numa posição específica, isto estabelece uma relação com o público e o imaginário que pode surgir a partir daí", descreve Johann Maheut.

Para Liana Gesteira, uma das bailarinas participantes da oficina e integrante da Cia. Etc., o mais pertinente nas três semanas de trabalho é poderarticular pensamentos por perspectivas diferentes, trabalhando a composição da cena na dramaturgia, algo que falta aos profissionais do Recife, por não estarem acostumados a desenvolver esta criatividade", opina. Juliana Japiassú defende que o Articulações foi importante para aguçar o olhar dos participantes, que passaram a contar com outras noções de espaço, antes mais ligadas à filosofia de Laban. "São outros códigos e linguagens, como os micromovimentos de Feldenkrais (na primeira etapa da oficina ministrada por Nuno Bizarro), que nos provocam a vencer preconceitos e buscar outras formas do fazer artístico", acredita Juliana, cuja mãe, a coreógrafa e professora Mônica Japiassú é uma das raras profissionas no Recife a ter feito formação em Feldenkrais (e que compareceu a dois dias de aulas). André Aguiar, do grupo Experimental, afirmou se sentir respeitado pelo trabalho, que valoriza a postura ativa dos artistas envolvidos e enfatiza as sensações, provocando os corpos a fugirem da mecanização dos movimentoscotidianos.

Incluído na programação do Ano da França no Brasil, o Articulações finaliza com o depoimento de Isabelle Launay em português - ela morou 15 anos no Brasil. João Costa Lima pontua que a conferência será feita em linguagem clara e direta, interessante até mesmo para quem deseja se iniciar nos questionamentos da dança contemporânea. "Isabelle é filósofa de estética e possui uma visão alargada da prática artística. Ela articula a vida cotidiana contemporânea com relações sociais, econômicas, antropológicas, evidenciando os fatores políticos da dança", destaca João Lima, que não descarta o desejo de voltar à cidade para compartilhar novos projetos."



Jornal do Commercio - Caderno C
Publicado em 13.10.2009

» DANÇA

ARTICULAÇÕES VALORIZA ARTE PERFORMÁTICA

Experiências de artes perfomáticas, realizadas tanto em Pernambuco quanto na França, se encontram durante o mês de outubro com a realização do projeto Articulações – Corps en Temps. O objetivo do evento, que está incluído na programação do Ano da França no Brasil, é promover um fórum de intercâmbio e formação em artes cênicas no Recife. A programação começa hoje, com o espetáculo A vida enorme/Épisode 1, e continua durante o mês com oficinas e uma conferência com a professora Isabelle Launay (FRA).
O dueto A vida enorme/Épisode 1, de Emmanuelle Huynh, com Catherine Legrand e Nuno Bizzaro, será apresentado às 21h, no Teatro Hermilo Borba Filho (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife). O espetáculo foi idealizado como um filme, no qual a trilha sonora e a imagem são apresentadas uma após a outra. Na primeira parte, que corresponde à trilha sonora, um homem e uma mulher dialogam através de poemas do português Herberto Lerder. No segundo trecho, o casal inscreve sua presença sobre o palco em percurso autônomos. A apresentação também faz parte da programação antecipada do 14º Festival Internacional de Dança do Recife. Ingresso a R$ 5.

“A vida enorme é um espetáculo bem sofisticado, que utiliza elementos da performance, som, luz e os corpos no espaço de uma maneira bastante direta. É uma instalação em movimento, nas palavras da criadora”, afirma o idealizador e coordenador do Articulações, João Costa Lima.

A concepção do evento pode ser relacionada à formação que Costa Lima experimentou na Europa, após diversas atividades em teatro e dança no Recife. Em 2006, ele integrou o Curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do Forum Dança, em Lisboa, e em 2008 conclui a Formação Essais, no Centre National de Danse Contemporaine d’Angers (na França). “Tive formação bastante interdisciplinar, com dança, teatro e performance. Desde então venho pensando em trazer isso ao Recife”, diz Costa Lima, que reside em Barcelona e desenvolve um projeto de pesquisa coreográfica aprovado pelo Rumos Itaú Cultural Dança 2009.

Tenho interesse em trabalhar com um grupo heterogêneo dentro do estúdio e também de proporcionar à cidade, não só ao público especializado, um momento de reflexão e deleite estético”, diz o pesquisador. O estúdio a que ele se refere está relacionado a outra atividade do Articulações: o Atelier de Criação, uma formação intensiva e gratuita para dançarinos e atores e demais interessados nas artes performáticas.

Serão três oficinas, que acontecem no Compassos Estúdio de Danças. Uma delas é a Aproximação ao Método Feldenkrais e Improvisação, com o intérprete e coreógrafo português Nuno Bizarro. O artista plástico e cenógrafo, além de intérprete nas próprias performances, Johann Maheut ministra a oficina Observatório cenográfico. A terceira é Composição em movimento, na qual João Costa Lima trabalhará o movimento a partir dos sentidos fundamentais de percepção do corpo.

No próximo dia 31, o Articulações promove uma conferência com Isabelle Launay, que é co-diretora do Departamento de Dança da Universidade de Paris 8 Saint Denis (França).

Friday, November 20, 2009

Turnê Argentina



Cordoba
Azul como uma Laranja
20 de Novembro, 21h30 Sala Quinto Deva

Rosario
Composicion en Movimiento - Workshop orientado por Joao Costa Lima e Carmen Pereiro Numer de 23 a 26 de Novembro, das 13h as 16hs no Instituto Profesorado de Danzas

Azul como uma Laranja + Come Closer
27 de Novembro, 22hs no Centro de Expresiones Contemporaneas

Buenos Aires
Composicion en Movimiento - Workshop orientado por Joao Costa Lima e Carmen Pereiro Numer dias 2, 3 e 4 de Dezembro das 15h as 18hs, Espacio Camargo 231
Come Closer
5 de Dezembro às 21h Teatro Ernesto Sábato

Tuesday, October 06, 2009

ARTICULAÇÕES - Corps en Temps




É com grande alegria que apresento a vocês nosso projeto Articulações - Corps en Temps


ARTICULAÇÕES – CORPS EN TEMPS é a realização de um fórum de intercâmbio e formação em artes cênicas no Recife, incluído na programação do Ano da França no Brasil.

A acontecer durante o mês de outubro de 2009, este evento incluirá oficinas de dança, composição, improvisação, teorias do corpo e cenografia, assim como a apresentação pública de uma conferência e um espetáculo.

Articulações propõe relações sociais pelo viés da arte. Surge do desejo e necessidade em conectar o corpo no tempo através do espaço, em plural, integrando pessoas, apesar das distâncias geográficas, econômicas e culturais.

Trata-se de um encontro de mundos, situando em Recife uma experiência de criação e investigação nas artes performativas atuais, na medida em que se envolve com artistas representativos da nova dança francesa.

Um processo de intercâmbio, que aqui apenas se inicia, desejando se multiplicar e vir a gerar novas formas de agir.

Sunday, October 04, 2009

de volta às origens. aqui. em pensamentos vacilantes. é estranho. reconheço o que está a minha volta e reconheço a mim. é estranho. reconheço que já não sou isto. reconheço o que fui e da onde venho. identifico as pessoas e lugares, as tensões e contrações. é estranho. sou daqui e já não sou. fui embora sem sair e voltei sem chegar. estranhíssimo. os lugares comuns, a propriedade privada, a naturalidade do inaceitável. estou vivo, vejo as diferenças entre o outro e eu, entre eu e eu mesmo, entre o outro do outro do outro. reviro as situações, encontro o extra no ordinário. sinto falta. e tanto desejo, e tanta ausência. na batalha entre o possível e o impossível. lutando contra a violência. e vejo a morte, as mortes, insignificantes. e a pobreza e a miséria, de espírito, da vontade, do ser. vejo o tempo agindo, destruindo o futuro. mas não, é mais difícil construir, resistir, vencendo. nascer e ser, adiante, tudo o que foi e que será.

Friday, September 25, 2009

o outro do outro

Aviso aos interessados: durante a pesquisa que estou realizando para o Rumos Itaú Cultural Dança, estarei mantendo um outro blog: www.outrodoutro.wordpress.com, fiquem à vontade para aparecer e acompanhar esta trajetória, os comentários serão muito bem vindos.

Apesar disto, o Dancer au danger não está acabando, trata-se apenas de uma distinção. No outro blog vocês encontrarão posts relacionados a pesquisa, enquanto que aqui vocês vão continuar encontrando coisas sem nexo aparente, imagens soltas, pensamentos descabidos e coisa que o valha.

Tuesday, September 15, 2009




kristian mendoza
INDIVÍDUO = POTÊNCIA PARA AFETAR E SER AFETADO.

Monday, September 07, 2009

Indepêndencia?


" A tentativa de implantação da cultura européia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas idéias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra."

Raízes do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda
foto de Pierre Verger, Recife, 1947.

Friday, August 14, 2009




É com prazer que anuncio que o meu projeto "O outro do outro" foi selecionado pelo Itaú Rumos Dança 2009-2010. Agora é "mãos a obra"!

Sunday, August 09, 2009

Camouflage




Liu Bolin

Monday, August 03, 2009

Caminhão, bazuca, pudim de leite, inverno, fotografia, osso, dinossauro, palito de dente, nunca, cerveja, diamante, sombra, vulcão, melodia, epopéia, trilogia, decálogo, monstro, caminho, xoxota, chuva, dinheiro, telefone, mesa, sofá, cadeira, geladeira, árvore, floresta, quase, pulmão, tripa, cabeça, yeah! Nuvem, guerra, felicidade, pau, esgoto, maracanã, muralha da China, Chernobyl, eternidade, xícara, sapato, espírito, oxigênio, hipopotomonstrosesquipedaliofobia, sabonete, shampoo, letra, fumaça, outro, inferno, olho, amarelo, subdesenvolvimento, vidro, relâmpago, trovão, elefante, girafa, baleia, D.N.A, deus, criança, propriedade, medo, big bang, abraço, dúvida, vértice, sorriso, brilho, urgência, tiroteio, barco, anonimato, viscosidade, pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, deslize, café, livro, sangue, notícias.

Algumas das coisas que cabem na minha boca e desaparecem na minha língua.

Learn to Speak Body: Tape 5

Friday, July 31, 2009

Começo.

Meio.

Fim.

Começo, meio, fim.

fim. Começo, meio,

meio, fim. Começo,

começo meio fim.

.começo meio fim

.começomeiofim.

.cmçmfm.
.oeoeioi.
.cimoçi.meoe.fom.
.fom.cimoçi.meoe.
.meoe.fom.cimoçi.
....
...
..
.

m.

im.

fim.

, fim.

meio, fim.

, meio, fim.

Começo, meio, fim.

meio

Sunday, July 05, 2009

Tuesday, May 19, 2009

Rodolfo Mesquita




fotografias de Francisco Baccaro

Saturday, May 16, 2009

Quero descobrir o mundo. Abrir a pele da terra, escavar o que há lá dentro. Reconhecer tudo o que está profundamente fora. Desnudar o espaço. Ver este corpo, alheio e tão próximo. O corpo do outro, o outro do corpo. O outro do outro de mim nunca mesmo. Por tanto e tão pouco. Para isto ou aquilo. Através dos metros e kilo-metros, das gramas e centi-gramas, dos segundos e dos milésimos. Através do real-hiper-tudo. Do super-quase-nada. Do meta-outrora-devenir. Quero ser guerreiro- aviador-curandeiro-fotógrafo-cartomante-dançarino-amador-atleta-afetivo-puta-mestre-encantador de bússolas. Quero ser sem precisar. Sou. Quero morder o planeta. Penetrá-lo. Sinto o magma húmido do centro. Ouço os murmúrios do apocalipse, do antes deslizando pra frente. Para sempre. Toda descoberta tem muito de invenção. Vejo, com a boca. Toco com os olhos. Está aí. É isto. Sou eu e é você. E não tem nada a ver conosco. Sim, está em nós. Todos os que restam. No one. Mas aqui estamos, criando janelas e arrombando portas. Somos o que somos. De verbo em carne e de osso em língua.

Thursday, April 16, 2009


José de Ribera, 1631

Thursday, April 09, 2009

a descoberta do fogo e a criação da roda

“Tecnología: es el conjunto de habilidades que permiten construir objetos y máquinas para adaptar el medio y satisfacer nuestras necesidades.”

Nestes últimos dois dias participei na gravação de um anúncio de televisão para uma loja de informática. Foi um trabalho intenso, durante mais de 23 horas ensaiamos, gravamos, esperamos, maquiamos, escutamos instruções, esperamos, esperamos, gravamos, ensaiamos, esperamos, comemos, esperamos e esperamos.

A equipe era composta por (pelo menos) 70 pessoas. Isto mesmo, uma verdadeira superprodução. Através de uma estrutura hierárquica super definida, tudo funcionou a mais milimétrica perfeição. Foi incrível. Éramos 20 atores, 4 técnicos de luz, 5 de som, 3 maquiadores, 3 figurinistas, 12 cenógrafos, fotógrafos, umas 10 pessoas com as câmeras, diretor, assistente de direção, eletricistas, produtores, assistentes de produção, estagiários, a equipe responsável pela comida, 3 bombeiros (?), as pessoas da limpeza, etc e etc, todos dando o seu melhor.
Tamanha quantidade de gente manuseando uma tamanha quantidade de materiais técnicos. A tecnologia utilizada ali era de ponta: câmeras super-ultra-high-tech, gruas enormes, monitores, aparelhos de explosão, luzes, computadores... Tecnologia desenvolvida através da história da humanidade desde a descoberta do fogo passando pela invenção da roda até chegar naquele estúdio ali. E ali estávamos todos buscando dar o melhor, quem sabe até atingir a perfeição. A máxima eficácia.
E tudo isto para que? Para vender produtos de informática. Produtos como este que eu e você estamos usando agora. Tecnologia para desenvolver tecnologia para desenvolver tecnologia, para que?

Para vender.

Mas não me engano, “no soy tonto”, nada contra o comércio, mas ali, metido naquele circo, eu não conseguia evitar pensar, nem por um segundo, que se todo aquele enorme esforço, toda aquela incrível concentração, toda aquela brilhante tecnologia, todo aquele fascinante know-how, toda aquela imensa mão de obra, toda aquela emocionante capacidade de mobilização fossem utilizados para questões minimamente mais urgentes, não sei, talvez questões tão simples quanto resolver à fome, ou buscar a cura para doenças terríveis, ou até tentar solucionar o problema da violência em países de terceiro mundo, quem sabe, se através de um engajamento tão intenso e resoluto conseguiríamos algumas respostas práticas para problemas reais.

Digo “problemas reais” porque é bom saber discernir as coisas. A publicidade, o motor que move este circo, é uma verdadeira máquina de inventar problemas fictícios. Tal como o destes dois dias. Toda esta parafernália que mencionei estava unida para resolver um problema urgente, com um claro objetivo a ser atingido no final. Este problema era um só: o de produzir uma imagem potente, capaz de seduzir o consumidor e convencê-lo de que ele “necessita” aquilo tudo. Convencê-lo de que ele é incapaz de viver sem aquele produto. Convencê-lo de que sua alegria, sua sobrevivência, sua participação no mundo depende daquilo. E não nos enganemos, a publicidade NÃO é o motor que move este circo, a publicidade é uma ferramenta. Uma técnica, tecnologia por tanto. O motor era o dinheiro, dinheiro querendo mais dinheiro para ter mais dinheiro.

E volto aos “problemas reais”, talvez porque gostaria de acreditar que “no soy tonto”. É fato que as grandes invenções humanas, o dito progresso, passa pelo investimento e desenvolvimento de práticas “inúteis”. Caso acreditássemos que o que é inútil fosse de fato desnecessário, nós homens, nunca teríamos chegado a desenvolver o telefone, ou o avião, o microondas, os computadores, passeado na lua, desenvolvido a culinária, e toda a história da arte não teria existido. Seríamos primitivos. Pois é, se fossemos incapazes de investir no supérfluo, não passaríamos de meros autômatos. Como já disse algum poeta ou filósofo (estas duas brilhantes ocupações inúteis): “a melhor forma de transformar o homem em objeto é dar-lhe apenas o que ele necessita”. Bom, pode ser que a citação não esteja exata, mas é o que o filtro da memória me permite recordar. E assim, lembro que neste mundo da eficácia em que vivemos, um grande poder subversivo da Arte (e talvez das ciências) é justamente o de desenvolver tarefas inúteis. Criar pontes invisíveis, suspender o tempo, lembrar ao homem que ele é capaz de sentir dor e alegria. E se tempo é dinheiro, por que não ganhar tempo?

Mas voltando as questões “minimamente mais urgentes”: seria possível um engajamento coletivo tão determinado a resolver estes problemas? Como funcionaria? Quem organizaria este mutirão? Quem financiaria? E para que? A quem interessaria “resolver estes problemas minimamente mais urgentes”?

Estas interrogações apenas me levam a pensar que talvez nos falte tecnologia, know how, eficácia. Ou não, talvez tenhamos as ferramentas, talvez nos falte apenas encontrar a utilidade. Ou não, pode ser que nos falte tempo para podermos ser inúteis eficazes. Ou não, talvez nos falte encontrar a grande tecnologia, o verdadeiro saber, a máxima eficácia: descobrir o centro da questão.

*em tempo, "no soy tonto" é o slogan desta empresa de informática.

Sunday, April 05, 2009



vou levar a Laika para passear.

Wednesday, April 01, 2009

Tuesday, March 31, 2009




Keith Peters

Friday, March 27, 2009

Neste instante estou diante de ti.
Não era neste instante, não estava diante de ti.
Neste instante estás diante de mim.
Um diante do outro.
Nós, outros.
Face a face.
Estamos.
Eu sou você agora você sou eu.
Sim, sou você e sou eu.
Não, é você e sou eu.
Somos diferenças e unidades.
Algo que será a partir do nada.
Aparece no mundo, o rosto do outro.
Já não tenho máscara.
Olhando ao fora que é dentro, sou simultâneo.
Arranquei a tua cara.
Sem rosto vejo dentro de ti.
És o outro do outro, antes e mais além.
Ali, um ponto, todos os pontos.
Teu início e meu fim em seu começo.

Wednesday, March 25, 2009

Monday, March 23, 2009

Tuesday, March 03, 2009

Monday, March 02, 2009

Tuesday, February 24, 2009


Azul como uma laranja
de Cecilia Colacrai y João Costa Lima

Nombramos las cosas en un intento de re-inventar el mundo a partir de sus nombres.
Como si cada cosa existiera a través de su definición.
Toda descripción es una sugestión en potencia.
El lenguaje revela formas a través de límites, recortes que clasifican y definen las materias.
Las im-posibilidades del lenguaje nos invitan a reflexionar sobre otras existencias.
Así, nos lanzamos a componer una trayectoria para cada cosa.
Un antes y un después, un contexto donde el objeto en cuestión podría habitar, existir.
A partir del punto mínimo construimos sus probabilidades. Punto por punto.
Y de probable en probable alcanzamos posibles, equilibrándonos entre la ficción y en lo que insistimos en llamar realidad.

Ficha artística
Dirección e interpretación: Cecilia Colacrai y João Costa Lima
Música original: Miguel Marín
Diseño de luces: Xavier Muñoz
Técnico de luz y sonido: Pablo (Mo) Ramirez
Realización audiovisual: Anna Brufau
Diseño gráfico y fotografía: Débora Tenenbaum

Residencia artística y técnica : La Caldera 2008/2009.

Agradecimientos: La Caldera, Alexis Eupierre, Cia. Lapsus, Cristina Campillá, Gustavo Lesgart, Marina Frigerio, Núria Bernaus, Sara Reig.

Sábado 28 febrero 2009
22 horas
6 €

Ateneu Popular de Nou Barris
c/ Portlligat 11-15
08042 Barcelona
T (+34) 933 539 516
L4 Trinitat Nova L3 Roquettes

Como llegar. Mirar on som: www.ateneu9b.net

a sua avó e amiguinhos, num carnaval nao muito distante.

Monday, February 23, 2009

Friday, February 20, 2009

Desde aquele ponto.
Este daqui.
Aparente na sua insignificância.
Uma marca indelével, um ponto.
Espelho de lugar nenhum.
Aqui, deserto entre o que foi e o que será.
Deserto possível em relaçao a si.
Através e apenas.
Ponto de todos os pontos.
Explosao de violência inédita no espaço.
Incerta e precisa.

.

Neste inconcebível universo.
Aqui é possível.
Agora sim, nao?

Sunday, February 08, 2009


"no se tome la vida demasiado en serio; nunca saldrá usted vivo de ella"

colour changing card trick

Wednesday, February 04, 2009




kenneth joseph

Wednesday, January 28, 2009

Garrafa de Klein


a Garrafa de Klein é uma superfície fechada sem margens e nao orientável, isto é, uma superfície onde nao é possível definir um "interior" e um "exterior".

o nome desta superfície, "garrafa de Klein", provém de um erro de traduçao da expressao alema Kleinsche Fläche ("superfície de Klein"). Houve uma confusao entre Fläche (superfície) e Flasche (garrafa). A partir daí, o termo equivocado se impôs, inclusive em alemao, onde hoje se utiliza o termo Kleinsche Flasche (garrafa de Klein).
É evidente que esta superfície lembra bastante uma garrafa.

a Garrafa de Klein é uma superfície impossível de ser representada em três dimensoes, uma vez que para isto seria preciso que ela se atravessasse. No entanto, num espaço de quatro dimensoes tal tarefa seria possível.

Sunday, January 25, 2009

In My Language

Assista até o fim.

Saturday, January 24, 2009

Thursday, January 15, 2009


e aqui uma esclarecedora entrevista com Ilan Pape, historiador isralense, que explica o processo de fundaçao do Estado de Israel, suas estratégias e consequências históricas até os dias de hoje.

Gravado em 19/05/08, trata-se de um depoimento de 23 minutos assustadoramente atual.

Saturday, January 10, 2009

encontramos no Biscoito Fino e a Massa uma excelente cobertura sobre o massacre em Gaza.
"L`emancipation, elle, commence quand on remet en question l´opposition entre regarder et agir, quand on comprend que les évidences qui struturent ainsi les rapports du dire, du voir et du faire appartienent elles-mêmes à la structure de la domination et de la sujétion. Elle commence quand on comprend que regarder est aussi une action qui confirme ou transforme cette distribuition des positions. Le spectateur aussi agit, comme l´élève ou le savant. Il observe, il sélectionne, il compare, il interprète. Il lie ce qu´il voit à bien d`autres choses qu´il a vues sur d´autres scènes, en d´autres sortes de lieux. Il compose son propre poème avec les éléments du poème en face de lui (...)"

Tuesday, January 06, 2009

Monday, January 05, 2009

Sem querer parecer desesperado, confesso que acredito. E quero.