"Portanto pode-se dizer que quando, pela opressão e pela infelicidade, minha relação comigo mesmo se perde e se altera, fazendo de mim esse estranho e esse desconhecido de que me separa a distância infinita e fazendo de mim a própria separação infinita, a necessidade se torna a necessidade radical, sem satisfação, sem valor, que é a relação nua com a existência nua, mas se torna também a exigência impessoal que carrega sozinha o futuro, e o sentido, de todos os valores, ou, para falar com mais justeza, de todas as relações humanas. Pela necessidade passa o infinito que é o movimento do desejo. A necessidade é desejo e o desejo se confunde com necessidade. É como se, alimentando-se, não fosse a mim que eu alimentasse, mas sim acolhesse o Outro, hóspede não de mim, mas do desconhecido e do estranho"
Maurice Blanchot, A Conversa Infinita - Experiência Limite
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