Saturday, May 16, 2009
Quero descobrir o mundo. Abrir a pele da terra, escavar o que há lá dentro. Reconhecer tudo o que está profundamente fora. Desnudar o espaço. Ver este corpo, alheio e tão próximo. O corpo do outro, o outro do corpo. O outro do outro de mim nunca mesmo. Por tanto e tão pouco. Para isto ou aquilo. Através dos metros e kilo-metros, das gramas e centi-gramas, dos segundos e dos milésimos. Através do real-hiper-tudo. Do super-quase-nada. Do meta-outrora-devenir. Quero ser guerreiro- aviador-curandeiro-fotógrafo-cartomante-dançarino-amador-atleta-afetivo-puta-mestre-encantador de bússolas. Quero ser sem precisar. Sou. Quero morder o planeta. Penetrá-lo. Sinto o magma húmido do centro. Ouço os murmúrios do apocalipse, do antes deslizando pra frente. Para sempre. Toda descoberta tem muito de invenção. Vejo, com a boca. Toco com os olhos. Está aí. É isto. Sou eu e é você. E não tem nada a ver conosco. Sim, está em nós. Todos os que restam. No one. Mas aqui estamos, criando janelas e arrombando portas. Somos o que somos. De verbo em carne e de osso em língua.
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