Monday, September 22, 2008

Até nova ordem, novos dias começam, frágeis como todos os precedentes. Este é o lugar de tudo, este é o lugar de nada. Daqui se olha e daqui se vê. Estamos diante de um continuum aberto, para frente. Nosso tempo intermediário é nosso, tão provisório quanto imprevisto. Nossos gestos se inundam em águas, tão transparentes quanto foscas. Somos sujeitos dimensionais. Nossas medidas são inversamente proporcionais aos nossos tamanhos. Perfeitamente indefinidas.Transparentes, existimos e desaparecemos. Aonde queremos ir já estamos. Imóveis, dançando ao esquecimento. Esta única forma de lembrar que temos memórias. Tão insistentes seguimos. Tão insistentes variamos. Mudamos as escalas, as lentes, os limites. Mudamos os nomes, trocamos identidades, vendemos órgãos. Queremos a glória. Queremos o plural. Buscamos a diferença. Somos exceção e nem tanto. Somos exceção e quase. Quase animais e ainda leves. Quase leves e ainda animais. Ainda e sempre e sempre sempre. Ali, o horizonte do horizonte. Jamais alcançaremos. Jamais talvez. Temos limites e não cansamos. Estamos em cena, relacionando relações. Há muito que rasgamos o alto e o baixo. Aqui todas as formas são. As formas e as possibilidades. As possibilidades, impossíveis. Experiências evidentes. Nada evitamos. Não somos mágicos. Nada de carta nas mangas. Apenas e apenas. O fluxo e a experiência. Somos o que somos e ainda não. Ainda não. Não somos trágicos. Tocamos a morte em vida. O outro em um e todos. Ainda falta e assim será. Assim virão os próximos. Alguns. Uma cumplicidade encontrada nos nervos. Isto não passa do princípio do fim no seu final. O começo, é aqui.

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