Monday, April 26, 2010

"Pointer Sisters" Yes, We Can Can"

Lee Dorsey - Yes We Can !



"Now's the time for all good men
to get together with one another.
We got to iron out our problems
and iron out our quarrels
and try to live as brothers.
And try to find a piece of land
without stepping on one another.
And do respect the women of the world.
Remember you all have mothers.
We got to make this land a better land
than the world in which we live.
And we got to help each man be a better man
with the kindness that we give.
I know we can make it.
I know darn well we can work it out.
Oh yes we can, I know we can can
Yes we can can, why can't we?
If we wanna get together we can work it out.


And we gotta take care of all the children,
the little children of the world.
'cause they're our strongest hope for the future,
the little bitty boys and girls.


We got to make this land a better land
than the world in which we live.
And we got to help each man be a better man
with the kindness that we give.
I know we can make it.
I know darn well we can work it out.
Oh yes we can, I know we can can
yes we can can, why can't we?
If we wanna, yes we can can."

Sunday, April 25, 2010

Melanie Manchot
Diane Arbus

Tuesday, April 13, 2010

Basta. Já chega de ironia. Estou cansado. Vejo deja-vus por toda parte. Náusea de cultura pop, náusea de cultura pela cultura, náusea deste sem sentido transbordante. N`importe qu´oi. Às vezes penso que algumas pessoas são planas, que o mundo está parado, que tudo são linhas retas sem horizonte à vista________________________________ E é quando me lembro que tenho um deserto dentro de mim. E no fim o que nos resta são estes corpos, os nossos, distribuídos no espaço através do tempo. "É a vida", é o que dizem. E não podia ser diferente. Mas o fato (que não cansamos de esquecer) é que para estar vivo é preciso dar-se conta disso. É preciso viver. E aqui estamos, uma e outra vez. Incapazes de agir. Engolidos pelo vazio e pela eterna repetição. Pelos pequenos imensos caprichos. Pela desnecessidade transformada em fome. O estômago já não sabe mais dizer o que é alimento e o que é veneno. Tenho sede. Procuro novas águas. Procuro mergulhar e ser mergulhado. Tenho os ouvidos abertos. Procuro ouvir o sussurro. Um sussurro que seja um grito. Um grito que desapareça. Uma desparição que pareça uma dança. Uma dança que mate e faça viver. Um sussurro afiado de palavras que nada digam. Um som, uma voz, um eco que corte. Que me faça sangrar. Que me devolva a sensação de estar vivo. E assim eu devolvo tudo, tudo o que fui, o que sou e o que tive. Devolvo, sem ânimo de lucro. Ofereço meus pedaços aos carrapatos, vampiros e canibais. Me ofereço por inteiro. Esperando que não reste nada, rien, nothing. E daí vou sair para dias e noites, para um mundo sem planeta, um lugar que não exista, um buraco dentro de outro. E serei o que agora estas palavras escondem. 

Wednesday, April 07, 2010

"Portanto pode-se dizer que quando, pela opressão e pela infelicidade, minha relação comigo mesmo se perde e se altera, fazendo de mim esse estranho e esse desconhecido de que me separa a distância infinita e fazendo de mim a própria separação infinita, a necessidade se torna a necessidade radical, sem satisfação, sem valor, que é a relação nua com a existência nua, mas se torna também a exigência impessoal que carrega sozinha o futuro, e o sentido, de todos os valores, ou, para falar com mais justeza, de todas as relações humanas. Pela necessidade passa o infinito que é o movimento do desejo. A necessidade é desejo e o desejo se confunde com necessidade. É como se, alimentando-se, não fosse a mim que eu alimentasse, mas sim acolhesse o Outro, hóspede não de mim, mas do desconhecido e do estranho"

Maurice Blanchot, A Conversa Infinita - Experiência Limite